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22.11.11

Ímãs de lixo eletrônico, podem ser reciclados


Pesquisa realizada no Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) sobre o reprocessamento de ímãs de neodímio-ferro-boro (NdFeB) abre caminho para o descarte sustentável dos ímãs contidos nos discos rígidos de computadores fora de uso e para o desenvolvimento de tecnologias da cadeia produtiva de terras-raras.


  • Terras-raras compõem um grupo de 17 elementos químicos – entre os quais cério, praseodímio, térbio e neodímio – com aplicações diversas, como na produção de supercondutores, catalisadores e componentes para carros híbridos.


A pesquisa de Elio Alberto Périgo demonstrou que a categoria de ímãs é a mais adequada para aplicações que demandem propriedades mais restritivas, como o uso em produtos tecnológicos de alto desempenho, e de maior valor agregado em relação aos ímãs aglomerados, que combinam material particulado e resina e têm propriedades magnéticas menores.

Périgo buscou comprovar a possibilidade de reprocessar o neodímio-ferro-boro e alcançar propriedades superiores às das ferrites, usadas atualmente para a produção dos tipos mais simples de ímãs.

“É o material de menor custo disponível no mercado, mas suas propriedades são relativamente baixas. A aplicação ocorre quando as propriedades magnéticas não são restritivas, como pequenos motores elétricos e alto-falantes”, disse.

A pesquisa indicou a possibilidade do emprego do material reprocessado em aplicações nas quais é preciso elevada resistência à desmagnetização.

“Quando o consumidor troca o computador, ele descarta o equipamento porque busca uma maior capacidade de processamento, por exemplo, e não porque o ímã parou de funcionar”, explicou. “O material magnético continua operante e nas mesmas condições da época em que o computador foi comprado.”

A fabricação de ímãs permanentes de alto desempenho é possível somente com o emprego das terras-raras, o grupo no qual está presente o neodímio. O mercado é atualmente dominado pela China, mas as recentes reduções nas quantidades de materiais que o país pode exportar aumentaram as dúvidas pela continuidade do abastecimento e impulsionaram projetos de desenvolvimento de empreendimentos de mineração em todo o mundo, principalmente no Canadá e na Austrália.

“Recentemente, o preço desses elementos subiu de forma abrupta, e no Brasil quem utiliza ímãs em compressores, motores e a indústria eletroeletrônica precisam importar esses materiais, já que não existem substitutos nacionais”, disse Périgo.

Fonte: Agência FAPESP - Leia na íntegra!

18.11.11

Pesquisa - O Futuro da Energia, realização: ABB


A pesquisa sobre energia 2011 foi produzida pela Bloomberg Businessweek Research Services em parceria com a ABB.

Citação do site:
"Entrevistamos profissionais do setor de energia, legisladores de políticas governamentais e diretores financeiros sobre o futuro, as oportunidades e as barreiras no setor de energia."


Alguns resultados:


  • 85% dos diretores financeiros, legisladores de políticas governamentais e profissionais do setor de energia concordam que projetos de geração de energia em pequena escala deveriam ser estimulados por meio de incentivos fiscais.
  • 86% dos diretores financeiros, legisladores de políticas governamentais e profissionais do setor de energia concordam que as taxas sobre o uso de energia devem ser obrigatórias em empresas com alto consumo de energia.

Para ver todos os resultados, baixe o PDF!

Veja mais:

10.11.11

Os Seis Erros sobre o Plástico

A ONG da Califórnia, Algalita Marine Research Foundation (AMRF), pesquisa desde 1999 os impactos do plástico nos oceânos e sua cadeia produtiva e faz um alerta:


O Oceâno está se transformando numa SOPA PLÁSTICA

Sua organização e outros grupos científicos marinhos através de seus próprios estudos, acreditam agora que o plástico está aumentando no mundo dos oceânos por cerca de 100% a cada três anos.

Em 2007, Charles Moore repetiu seus estudos com a manta e descobriu que partículas de plástico em sua área de ensaio grande, aumentaram cinco vezes mais em menos de uma década.


Publicaram também material explicativo sobre o plástico, onde encontramos os 6 erros sobre o Plástico:


Seis equívocos sobre PLÀSTICO que são promovidos pelo porta-voz desta poderosa indústria --- O Conselho Americano de Plásticos e da Sociedade da Indústria Plástica.


  1. Plásticos que são depositados nos coletores de lixo marcados para reciclagem são reciclados.

    FATO: A maior parte não é reciclada.
  2. Os plásticos recolhidos pelos caminhões reduzem a quantidade de resíduos plásticos depositados em aterros sanitários.

    FATO: Não reduzem.
  3. As resinas que são produzidas para embalagens, são feitas com substâncias das refinarias de petróleo.

    FATO: A maioria são produzidos a partir de óleo cru e
    gás natural.
  4. Os recicladores de plásticos promovem a sua reciclagem.

    FATO: Os produtores de pellets de resina plástica
    fazem anúncios pagos para promover a venda de plásticos.
  5. Usar recipientes de plástico economiza energia.

    FATO: A maior parte do gasto energético é consumida pelo
    fabricante de plástico. Produzir vidro consome a mesma quantidade de energia que plásticos. No entanto, o vidro reciclado utiliza menor quantidade de geração de energia do material plástico virgem ou de vidro.

  6. Nossas alternativas estão limitadas a reciclar ou desperdiçar.

    FATO: Reduzir o conumo do material é a chave. E é tão simples.


Basta observar este filme foi feito em 2001, a partir de estudos feitos em 1999, para termos noção da realidade. (inglês)


9.11.11

Pesquisa revela que terra indígena é mais produtiva!


Ouro negro vegetal - Cientista da Embrapa Solos que pesquisa sobre Terra Preta é convidado para participar de consórcio internacional para estudo do bio carvão.


Imagine uma tribo indígena que viveu numa área há milhares de anos. No local, havia o hábito de enterrar todo o tipo de lixo – orgânico e inorgânico. O mundo girou, os milênios passam e, muito tempo depois, onde há a Floresta Amazônica, descobre-se que lá também está um dos solos mais férteis do mundo, as Terras Pretas de Índio, fruto da decomposição de todo aquele lixão que os nossos antigos índios enterraram. 


Hoje, em pleno século XXI, a Empresa Brasileira de Pesquisa Pecuária, por meio da Embrapa Solos, faz parte de um pool internacional de instituições de pesquisa que se dedica a buscar uma forma de reproduzir essa terra tão fértil, num curto intervalo de tempo e de modo economicamente viável. 


De forma paralela, a Embrapa Solos também está estudando outras formas de aproveitamento dos lixões urbanos e rurais e propõe uma utilização mais nobre a este grande problema ambiental e de saúde pública: transformar os lixões em biocombustível e/ou insumo agrícola.


Desde a década de 60, a ciência está estudando formas de aproveitamento e reprodutibilidade das Terras Pretas. Uma das últimas descobertas de utilização do carvão vegetal – presente nas Terras Pretas e fabricado na indústria – é como fertilizante e coadjuvante no seqüestro de gases do efeito estufa. 


Para se ter uma idéia do tamanho do espanto dos cientistas, foi constatado que as Terras Pretas de Índio contêm três vezes mais fósforo e nitrogênio (nutrientes para as plantas), se comparada ao solo comum, sem nunca ter recebido uma dose sequer de fertilizantes. 


Além disso, consegue remover o carbono da atmosfera de modo muito mais eficaz do que qualquer outro tipo de solo (um hectare de Terra Preta pode estocar 250 toneladas de carbono ou mais, em contraponto a 100 toneladas nos solos adjacentes). Diante disso, especialistas acreditam que, quando for possível a ciência reproduzir as Terras Pretas de Índio, haverá uma segunda Revolução Verde – só que desta vez, de uma forma ecologicamente correta. Um verdadeiro “ouro negro vegetal”, que a Embrapa espera que se transforme em um passaporte para a tão desejada sustentabilidade da Agricultura Tropical.


As Terras Pretas dos Índios são encontradas em diversos pontos da Floresta Amazônica, de forma aleatória, geralmente próxima aos rios – locais onde viviam muitas tribos. Estudar as Terras Pretas é estudar uma biomassa resultante da decomposição de todo aquele lixão indígena, relatado no início da matéria.  Aliás, o nome “Terra Preta” tem sua razão de ser. Diferentemente dos solos comumente encontrados, a coloração dessas terras é preta, indicando um alto acúmulo de carvão – ou biocarvão, como também é chamado. 


Principalmente por causa desse carvão que as Terras Pretas têm uma capacidade de captação de carbono atmosférico bem maior do que outros solos. Esse carvão faz parte da matéria orgânica do solo e pode chegar a 7 mil anos de existência, conferindo alta fertilidade ao solo, de forma sustentável. Na Amazônia, há um comércio ilegal de Terras Pretas, que são vendidas como fertilizante. Mas o objetivo da Embrapa não é incentivar a sua exploração comercial pois trata-se de um patrimônio arqueológico, cultural e ambiental. 


A meta da Embrapa Solos é conseguir replicar as Terras Pretas utilizando-se carvões vegetais de diferentes origens para, a partir daí, serem usados como insumo agrícola ou na produção de biocombustíveis. Este é um projeto de rede, que envolve nove unidades da Embrapa e mais seis instituições de pesquisa, sob a coordenação da Embrapa Solos.


Fonte: Extraído do Texto de Elisângela Santos

21.10.11

Nanogerador transforma respiração em eletricidade


Nanogerador gera eletricidade a partir da respiração

Os usos de dispositivos capazes de gerar energia a partir do movimento humano, são amplas. Neste caso, o estudo busca uma função de dispositivo biomédico. (Imagem: Xudong Wang)


Esse equipamento tenta simular o pulmão humano.
  • Energia da respiração
Cientistas construíram um dispositivo capaz de converter o fluxo de ar da respiração humana em energia elétrica.


A intenção de Xudong Wang e seus colegas da Universidade Winsconsin-Madison, nos Estados Unidos, é criar uma fonte de energia permanente para dispositivos biomédicos.


Hoje, vários desses implantes, incluindo marca-passos e desfibriladores, usam baterias, cuja substituição exige procedimentos cirúrgicos.


A equipe do Dr. Wang trabalha na área há bastante tempo, tendo apresentado resultados significativos, incluindo nanogeradores e uma roupa capaz de gerar energia.

  • Energia eólica
A respiração parece ser uma fonte interessante para a geração contínua de energia. O grande problema é que seu fluxo é baixo e seu ritmo flutua bastante.


Até agora, os nanogeradores capazes de transformar um fluxo de ar em eletricidade exigiam velocidades do vento acima dos 2 metros por segundo, que é o fluxo típico de uma respiração humana.


O Dr. Wang resolveu o problema usando um filme piezoelétrico chamado PVDF (fluoreto de poliviniledeno), já usado para gerar energia pela passagem de carros e promissor para aplicação em espelhos de telescópios espaciais.


Os pesquisadores descobriram que o PVDF é eficiente sob um fluxo de ar de baixa velocidade quando ele é fabricado fino o suficiente para entrar em uma oscilação ressonante.


Enquanto a respiração humana tem uma potência teórica de 1 W (a 2 m/s), o dispositivo tem uma saída na faixa dos microWatts, com uma tensão de 0,5 V.


  • Colheita de energia
O maior avanço da pesquisa foi justamente na forma de fabricação do PVDF mais fino, uma vez que o diâmetro necessário o tornava fraco demais - tão logo entrava em ressonância, a fita se partia.


A fita foi então fabricada por uma nova técnica de litografia que emprega um feixe de íons para reduzir paulatinamente o diâmetro do material piezoelétrico, sem resultar em uma perda substancial de sua resistência e flexibilidade.


Embora tenha sido usado inicialmente em um dispositivo biomédico, as opções de uso de dispositivos capazes de gerar energia a partir do movimento humano são bem mais amplas, sobretudo para o recarregamento de equipamentos portáteis e nas chamadas roupas inteligentes.


Wang afirmou que o próximo passo do seu trabalho será construir outros protótipos para coletar energia de outras fontes no meio ambiente.


Fonte e redação adaptada de: Inovação e Tecnologia


Bibliografia:
PVDF microbelts for harvesting energy from respiration
Chengliang Sun, Jian Shi, Dylan J. Bayerl, Xudong Wang
Energy & Environmental Science
Sep 2011
Vol.: First published on the web
DOI: 10.1039/C1EE02241E

25.11.10

Atlas - Mar, Petróleo e Biodiversidade - Greenpeace

O Greenpeace acaba de lançar o atlas "Mar, petróleo e biodiversidade - A geografia do conflito"

O interesse pela utilização de novas áreas no litoral deverá crescer com o início da exploração do pré-sal, tornando ainda mais complicado e difícil o atendimento da recomendação do Ministério do Meio Ambiente para a criação de unidades de conservação em nossa zona marinha.

Portanto, se objetiva mostrar, por meio da representação em mapas, o conflito cada vez mais intenso que ocorre em nosso litoral entre a preservação ambiental e o desenvolvimento econômico.

Uma maneira de despertar a consciência sobre a necessidade urgente de criar mais unidades de conservação marinhas, fundamentais para o bem estar da população brasileira.

Nossa zona costeiro-marinha, que se alonga por mais de 8, 600 km de costa e se estende por aproximadamente 4,5 milhões de quilômetros quadrados, abriga ecossistemas diversos, habitados por inúmeras espécies da flora e da fauna,muitas das quais ameaçadas de extinção.
Apesar da sua importância ecológica, atividades econômicas impactam seriamente o nosso litoral sem que sejam adotadas medidas para sua proteção.


Saiba mais:

16.11.10

FAO alerta: Agricultura deve mudar para sistemas sustentáveis!

Agricultores do mundo devem mudar rapidamente para sistemas agrícolas mais sustentáveis e produzir alimentos para as crescentes necessidades da população e responder à mudança climática global, advertiu o especialista em culturas da FAO, em uma conferência internacional sobre a agricultura.

Vantagens da Agricultura de Conservação

  • Em 1960, um hectare da terra cultivável permitia alimentar em média a nível mundial 2.4 pessoas. Em 2005, este número tinha sido aumentado a 4.6 pessoas por hectare, e as previsões para 2050 indicam que poderá aumentar entre 6.1 e 6.4 pessoas. É óbvio que isso se deve a produzir mais alimentos pelo hectare.
  • Mas a taxa de crescimento da produtividade na agricultura está em declínio, em vez de aumentar. Considerando que esta taxa era de 2.3 % anuais de 1961, espera-se que desça aos 1.5 % a partir de agora até o ano 2030, e podendobaixar outra vez aos 0.9 % entre esse ano e 2050.
  • Uma das razões para a redução das taxas de crescimento da produtividade é baseada na dependência excessiva dos fazendeiros em um aumento dos níveis de insumos para aumentar a produção, que danificam a terra e os ecossistemas e faz para diminui o rendimento.

  • O rendimento da agricultura de conservação são iguais aos da cultura intensiva convencional, além de ser mais estáveis e precisar de menor aplicação de agentes químicos, visto que os sistemas convencionais exigem frequentemente doses maiores para obter os mesmos resultados. A A.C. é muito mais sustentável para o ambiente.
  • Ao não precisar cortar árvores e ao não preparar a terra regularmente, a A.C. reduz a carga de serviço dos fazendeiros em uns 50% em média. Portanto, maior lucratividade pela diminuição de dispêndio de investimento e energia. Os agricultores mecanizados podem economizar até uns 70 % no custo de combustível.
  • Os três princípios básicos da A.C. - evitar a alteração mecânica da terra, de forma a manter permanente a camada superficial orgânico da terra e garantir uma rotação apropriada das culturas. Reservar terra para uso circunstancial, capaz de produzir mais em caso de seca ou do excesso de água.

  • Pode ajudar a abrandar a mudança climática, não somente quando reduzir os gás do efeito de estufa produziu pelos setores agriculturais e a floresta - de que supor perto dos 30 por cento do total de emissões mas igualmente ao ajudar a manter o carbono na terra a uma média de 0.5 toneladas anual pelo hectare. Este número supor 54 milhões de toneladas presentemente, mas será aumentado com o número de hectare que é destinado à C.A.
Fonte: FAO ( Organização das Nações Unidas para a Agricultura )

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5.11.10

Pesquisador da UFSM conquista 1° lugar no Prêmio Varejo Sustentável Walmart-Brasil

Reconhecidamente, um dos maiores desafios da lei de resíduos sólidos é a definição de instrumentos econômicos que estimulem a adoção de práticas menos poluentes e mais eficientes ecologicamente.

Nesse sentido, o trabalho do pesquisador da UFSM, Prof. Valny Giacomelli Sobrinho, sob o título:


"RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS E RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL NO VAREJO: A CONTRIBUIÇÃO DOS MODELOS HÍBRIDOS DE INSUMO-PRODUTO PARA A SUSTENTABILIDADE E A EFICIÊNCIA ECOLÓGICA”
, recebe o 1° lugar no 3º Prêmio Varejo Sustentável Walmart-Brasil - 2010.


Qual o escopo da pesquisa?


O princípio básico, como esclarece o pesquisador:

"Não se trata de simplesmente atribuir preço aos resíduos (tal como nos métodos denominados de "valoração ambiental"); trata-se, antes, de demonstrar como os preços se formam, de maneira inclusive distorcida, a partir do (mau) uso que se faça dos recursos naturais."

Os modelos híbridos de insumo-produto permitem determinar quanto de resíduo (poluição) é necessário para gerar uma unidade monetária de produto ou renda econômicos. Assim, é possível determinar qual é o custo (ou benefício) ambiental da atividade econômica. A vantagem desses modelos é que eles permitem realizar essa avaliação não só na cadeia de consumo (resíduos sólidos ou tóxicos), mas também na de suprimentos (resíduos de produção ou rejeitos) – ou, no caso do varejo, na de fornecedores (resíduos derivados dos estoques de mercadorias a serem vendidas no comércio varejista).

Afinal, os negócios sustentáveis não se resumem mais àqueles que assumem a responsabilidade de recolher resíduos de bens e serviços deixados ao longo da cadeia de consumo (output end).

Embora os produtos e embalagens que chegam ao mercado sejam impostos à sociedade pelas indústrias que os fabricam, o recolhimento deles, na ponta do consumo, pelo setor varejista, que os distribui, é tão imprescindível ao tratamento (reciclagem e reaproveitamento) de resíduos quanto a redução deles, na cadeia de fornecedores (input end).


Tal simetria requerida por uma versão mais consistente de sustentabilidade contempla o ciclo de vida do produto e assenta-se num critério de desempenho econômico denominado “eficiência final”.

Conforme esse critério de sustentabilidade, o objetivo último de toda atividade econômica é conseguir o máximo de serviços a partir de um mínimo de throughput - um neologismo anglo-saxão para designar o custo inevitável de manutenção dos estoques, que começa, na ponta dos insumos (input), com os requerimentos de recursos materiais e energéticos (depleção) para o suprimento de bens e serviços, e termina, na ponta dos produtos (output), com os resíduos (poluição) deixados pelo caminho.

Por isso as matrizes de insumo-produto permitem tratar adequadamente do throughput. Adicionalmente, a introdução do hibridismo nesses modelos possibilita lastrear o valor monetário (medido em unidades monetárias) do produto econômico ao valor biofísico (medido em unidades biofísicas de peso ou volume) de sua manutenção.

Essa metodologia oferece a possibilidade de programar resultados financeiros (lucros líquidos) com base em metas estabelecidas para a geração de resíduos, quer na cadeia de suprimentos (fornecedores), quer na de consumo. Desse modo, logra-se a sustentabilidade desde o “berço” até o “túmulo”, por assim dizer.


Ao combinarem medidas biofísicas e monetárias de valor, os modelos híbridos de insumo-produto permitem verificar a contradição que se estabelece entre a poupança de recursos naturais (eficiência ecológica) e os ganhos (ou perdas) monetários.


Reduzir resíduos nem sempre significa reduzir custos - e vice-versa.


Em relação à lógica biofísica (da natureza), a lógica monetária e financeira comporta-se como o cérebro de indivíduos submetidos a restrições calóricas severas. Fisiologicamente, quanto menos comida se ingere, mais o corpo armazena calorias, antecipando um período de prolongada escassez.

Analogamente, quanto menos resíduos se geram, mais elevado torna-se seu preço, pois o mercado supõe que a utilização desses recursos naturais tenha diminuído por conta de sua crescente escassez. Nesse caso, os custos financeiros dos setores que mais economizam recursos tornam-se perversamente altos, desestimulando, assim, a contenção do desperdício.

É preciso identificar quais resíduos e quais setores de atividade ou categorias de consumo exercem maior impacto sobre os custos. Entretanto, na definição de metas de RSU (lixo urbano), os impactos financeiros precisam estar subordinados aos impactos biofísicos.


Valny Giacomelli Sb.
Prof. Deptº Ciências Econômicas (UFSM)
MSc. Environmental Sciences/Environmental Management (Wageningen University and Research Centre, Holanda)
Dr. Engenharia Florestal/Manejo Florestal (UFSM)

26.10.10

Folhas Artificiais - Solução em Produção Energética

A melhor solução para os problemas globais de produção de energia já foi desenvolvida, é muito eficiente e vem sendo utilizada há mais de 2 bilhões de anos: a fotossíntese.

Considerado um dos principais pesquisadores no mundo no tema da fotossíntese, Barber é membro da Royal Society of Chemistry e publicou 15 livros e mais de 500 artigos científicos sobre o assunto.

“Imitar a natureza e desenvolver catalisadores capazes de mimetizar a fotossíntese – propiciando uma fonte de energia limpa e praticamente ilimitada – não é um sonho. É uma possibilidade real, contanto que seja feito um esforço internacional multidisciplinar que reúna os cientistas mais talentosos do planeta”, disse à Agência FAPESP.


Segundo ele, uma tecnologia capaz de usar a luz do Sol com eficiência semelhante à observada nas plantas seria a solução definitiva para a questão energética. “A quantidade de radiação solar que se precipita no planeta Terra é gigantesca”, disse.

“Uma hora de luz solar equivale à totalidade da energia que utilizamos em um ano em todo o mundo. É a maior quantidade de energia disponível. Não há nada que se aproxime disso. É também uma energia que incide sobre praticamente todo o globo. É, portanto, igualmente distribuída. Aprender a usar essa energia seria um salto sem precedentes na história da humanidade”, destacou.


Desenvolver uma “folha artificial” seria, segundo ele, a melhor solução a longo prazo. A tecnologia para capturar a energia solar e transformá-la em eletricidade já é bem conhecida: a energia fotovoltaica. Mas, embora seja importante, a energia fotovoltaica não resolve o problema energético.

A energia fotovoltaica é cara para competir com os baratos combustíveis fósseis. Em segundo lugar, não é suficiente apenas a produção de eletricidade. Precisamos de combustíveis para carros e aviões. O ideal é que tenhamos combustíveis líquidos de alta densidade, como é o caso do petróleo, do gás ou até mesmo dos biocombustíveis”, afirmou.

A folha artificial, segundo Barber, é uma tecnologia que absorveria energia solar, armazenando-a em bombas químicas e produzindo combustível. “Talvez produza metanol, ou metano. Mas o importante é que teremos um combustível de alta densidade, como o petróleo, que tem uma quantidade incrível de energia armazenada em um pequeno barril”, disse.

“É muito difícil armazenar grandes quantidades de energia em baterias. Ainda não temos a tecnologia para isso. Talvez um dia tenhamos, mas, no momento, acreditamos que armazenar energia em bombas químicas, como a fotossíntese faz, é o ideal”, apontou.


Com o armazenamento em bombas químicas, a energia solar poderia ser guardada, transportada e distribuída. “Esse armazenamento se daria de uma forma mais complexa que a da energia fotovoltaica. O armazenamento é o verdadeiro desafio que temos pela frente para chegar à folha artificial”, afirmou.

“Conforme queimamos combustíveis fósseis, jogamos dióxido de carbono na atmosfera e isso é ruim para nós. Mas não e ruim para as plantas. Elas gostam de dióxido de carbono. Tanto que usamos o enriquecimento por CO2 em estufas. Então, trata-se de uma química que já existe. As plantas capturam o dióxido de carbono e o convertem novamente em combustível, em moléculas orgânicas”, disse.

A folha artificial, segundo Barber, usará energia da luz para tirar oxigênio da água. Em seguida, o oxigênio servirá para converter o dióxido de carbono novamente em um composto rico em carbono. “Mas, para conseguir isso, teremos que desenvolver a catálise química. É preciso ter uma concepção robusta, usando materiais baratos e funcionando de maneira eficiente, que permita competir com os combustíveis fósseis”, afirmou.

Fonte: Agência FAPESP (Fábio de Castro)

30.9.10

A Água que Bebemos - Contaminantes Emergentes

Divulgação Científica Especial FAPESP - Contaminantes Emergentes na Água de Consumo

Muitos ambientalistas da na década de 70 - 80, alertaram sobre as consequências do uso indiscriminado de substâncias químicas na agricultura, farmacologia, alimentos e dejetos do processamento industrial dos produtos que compramos e usamos.

Os Best Sellers "Primavera Silenciosa" (1962) de Rachel Carson e "O Futuro Roubado" de Theo Colborn foram o marco dos registros do que está acontecendo hoje em larga escala. Veja
documentário!



| Você sabe o que está bebendo? |

Agora a FAPESP confirma
- na íntegra:
(Por Fabio Reynol)

Durante a década de 1990, houve uma redução na população de jacarés que habitava os pântanos da Flórida, nos Estados Unidos. Ao investigar o problema, cientistas perceberam que os machos da espécie tinham pênis menores do que o normal, além de apresentar baixos índices do hormônio masculino testosterona.

Os estudos verificaram que as mudanças hormonais que estavam alterando o fenótipo dos animais e prejudicando sua reprodução foram desencadeadas por pesticidas clorados empregados em plantações naquela região.

Esses produtos químicos eram aplicados de acordo com a legislação norte-americana, a qual estabelecia limites máximos baseados em sua toxicidade, mas não considerava a alteração hormonal que eles provocavam, simplesmente porque os efeitos não eram conhecidos.

Assim como os pântanos da Flórida, corpos d’água de vários pontos do planeta estão sendo contaminados com diferentes coquetéis que podem conter princípios ativos de medicamentos, componentes de plásticos, hormônios naturais e artificiais, antibióticos, defensivos agrícolas e muitos outros em quantidades e proporções diversas e com efeitos desconhecidos para os animais aquáticos e também para pessoas que consomem essas águas.

“Em algumas dessas áreas, meninas estão menstruando cada vez mais cedo e, nos homens, o número de espermatozoides despencou nos últimos 50 anos. Esses são alguns problemas cujos motivos ninguém conseguiu explicar até agora e que podem estar relacionados a produtos presentes na água que bagunçam o ciclo hormonal”, disse Wilson Jardim, professor titular do Instituto de Química da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).


O pesquisador conta que esses contaminantes, chamados emergentes, podem estar por trás de vários outros efeitos relacionados tanto à saúde humana como aos ecossistemas aquáticos.


“Como não são aplicados métodos de tratamento que retirem esses contaminantes, as cidades que ficam à jusante de um rio bebem o esgoto das que ficam à montante”, alertou o pesquisador que coordena o Projeto Temático “Ocorrência e atividade estrogênica de interferentes endócrinos em água para consumo humano e em mananciais do Estado de São Paulo”, apoiado pela FAPESP.

O aumento no consumo de cosméticos, de artigos de limpeza e de medicamentos tem piorado a situação, de acordo com o pesquisador, cujo grupo encontrou diversos tipos de produtos em amostras de água retirada de rios no Estado de São Paulo. O antiinflamatório diclofenaco, o analgésico ácido acetilsalicílico e o bactericida triclosan, empregado em enxaguatórios bucais, são apenas alguns exemplos.

A esses se soma uma crescente coleção de cosméticos que engorda o lixo químico que vai parar nos cursos d’água sem receber tratamento algum. “Estima-se que uma pessoa utilize, em média, dez produtos cosméticos e de higiene todos os dias antes mesmo de sair de casa”, disse Jardim.


Peixes feminilizados


Uma das primeiras cidades a enfrentar esse tipo de contaminação foi Las Vegas, nos Estados Unidos. Em meio a um deserto, o município depende de uma grande quantidade de água retirada do lago Mead, o qual também recebe o esgoto da cidade.

Apesar de contar com um bom tratamento de esgoto, a água da cidade acabou provocando alterações hormonais nas comunidades de animais aquáticos do lago, com algumas espécies de peixes tendo apresentado altos índices de feminilização. Universidades e concessionárias de água se uniram para estudar o problema e chegaram à conclusão de que o esgoto precisava de melhor tratamento.

Alterações como o odor na água são indicadores de contaminantes como o bisfenol A, produto que está presente em diversos tipos de plásticos e que pode afetar a fertilidade, de acordo com pesquisas feitas com ratos no Instituto de Biociências do campus de Botucatu da Universidade Estadual Paulista (Unesp).

Jardim alerta que o bisfenol A é um interferente endócrino comprovado que afeta especialmente organismos em formação, o que o torna perigoso no desenvolvimento endócrino das crianças. Além dele, a equipe da Unicamp também identificou atrazina, um pesticida utilizado na agricultura.

Não apenas produtos que alteram a produção hormonal foram detectados na pesquisa, há ainda outros que afetam o ambiente e têm efeitos desconhecidos no consumo humano. Um deles é o triclosan, bactericida empregado em enxaguatórios bucais cuja capacidade biocida aumenta sob o efeito dos raios solares.

Se o efeito individual de cada um desses produtos é perigoso, pouco se sabe sobre os resultados de misturas entre eles.
A interação entre diferentes químicos em proporções e quantidades inconstantes e reunidos ao acaso produz novos compostos dos quais pouco se conhecem os efeitos.


Superbactérias

Outra preocupação do pesquisador é a presença de antibióticos nas águas dos rios.

A parte da análise ficou por conta do doutorando Marco Locatelli, que identificou concentrações de cefalexina, ciprofloxacina, amoxicilina e trimetrotrin em amostras da água do Atibaia.

A automedicação e o consumo exacerbado desse tipo de medicamento foram apontados por Jardim como as principais causas dessa contaminação que apresenta como risco maior o desenvolvimento de “superbactérias”, microrganismos muito resistentes à ação desses antibióticos.

O professor da Unicamp reforça a gravidade da questão da água, uma vez que pode afetar de inúmeras maneiras a saúde da população e o meio ambiente. “Isso já deve estar ocorrendo de forma silenciosa e não está recebendo a devida atenção”, alertou.

Fonte: FAPESP

29.9.10

Flora - Uma a cada Cinco Espécies em Risco de Extinção

Divulgação Científica - Ameaça global

As plantas são tão ameaçadas pelo risco de extinção como os mamíferos, de acordo com uma análise global realizada por instituições europeias.


| Pense Verde - Plante Árvores |



O estudo revelou que uma em cada cinco espécies de plantas no mundo corre risco de extinção.


A Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas de Extinção, com os resultados da análise realizada pelo Royal Botanic Gardens de Kew e pelo Museu de História Natural de Londres, no Reino Unido, e pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, na sigla em inglês), foi divulgada nesta terça-feira (28/9), na capital inglesa.



O estudo, considerado uma das principais bases para a conservação, revelou a verdadeira extensão da ameaça às plantas do mundo, estimadas em cerca de 380 mil espécies.



Cientistas das três instituições realizaram avaliações a partir de uma amostra representativa de plantas de todo o mundo, em resposta ao Ano Internacional da Biodiversidade das Nações Unidas e às Metas de Biodiversidade – 2010.



Os resultados anunciados deverão ser considerados na Cúpula da Biodiversidade das Nações Unidas, que reunirá governos em meados de outubro em Nagoia, no Japão, com o objetivo de estabelecer novas metas.



Segundo Hopper, existem questões cruciais para serem respondidas, como qual a velocidade e a causa da perda de espécies e o que pode ser feito com relação a isso.



O cientista acrescentou que as Metas de Biodiversidade para 2020, que serão discutidas em Nagoia, são ambiciosas. Mas um aumento de escala nos esforços se faz necessário em um momento de perda pronunciada da biodiversidade.


“As plantas são o fundamento da biodiversidade e sua relevância para as incertezas climáticas, econômicas e políticas tem sido negligenciada por muito tempo”, afirmou.



“Não podemos ficar de braços cruzados olhando as espécies vegetais desaparecer – as plantas são a base de toda a vida na Terra, fornecendo ar limpo, água, comida e combustível. A vida de todo animal e ave depende delas, assim como a nossa. Obter as ferramentas e o conhecimento necessários para reverter a perda de biodiversidade é agora mais importante que nunca. A Lista Vermelha dá essa ferramenta aos cientistas e conservacionistas”, destacou.


Alguns dos dados revelados pelo estudo:

  • Plantas são mais ameaçadas que aves, tão ameaçadas como mamíferos e menos ameaçadas que anfíbios e corais.

  • Gimnospermas – o grupo vegetal que inclui as coníferas – são o grupo mais ameaçado.

  • O habitat mais ameaçado são as florestas tropicais, como a Amazônia.

  • A maior parte das plantas ameaçadas é encontrada nos trópicos.

  • O processo mais ameaçador é a perda de habitat induzida pelo homem, em especial a conversão de habitats naturais para uso da agricultura.

  • Cerca de um terço das espécies (33%) da amostra é conhecida em grau insuficiente para permitir uma avaliação de conservação. Isso demonstra a escala da tarefa de conservação que será enfrentada por botânicos e cientistas – muitas plantas são tão pouco conhecidas que não é possível saber se estão ou não em perigo.

  • De quase 4 mil espécies que foram cuidadosamente avaliadas, mais de um quinto (22%) foi classificado como ameaçado.
Fonte: FAPESP / kew.org

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