USP tem Centro de Descarte e Reúso de Resíduos de Informática!
A USP mantém o CEDIR - Centro de Descarte e Reúso de Resíduos de Informática, trata-se de um projeto pioneiro de tratamento de lixo eletrônico em órgão público e em instituição de ensino superior.
Inaugurado em dezembro de 2009, implementa práticas de reuso e descarte sustentável de lixo eletrônico, incluindo bens de informática e telecomunicações que ficam obsoletos.
Do problema à solução
Em 2008, a comissão de sustentabilidade do Centro de Computação Eletrônica da Universidade de São Paulo (CCE/USP) recolheu, no Dia do Meio Ambiente, seus equipamentos fora de uso. Também pediu aos 200 funcionários para levarem as máquinas obsoletas que tivessem em casa. Em um só dia, foram reunidas cinco toneladas de equipamentos.
A USP tem mais de 15 mil funcionários e mais de 8 mil professores, compara a professora Tereza Cristina M. B. Carvalho, diretora do CCE. “Quanto não se deve gerar de lixo eletrônico, somente nos campi da universidade?”, questiona ela.
De posse das cinco toneladas de lixo eletrônico, o CCE começou a procurar empresas de reciclagem. Só uma aceitou o lixo, pelo qual pagaria R$ 1,2 mil, se a instituição concordasse em transportar o material até o local de reciclagem. Em São Paulo, há cerca de 450 empresas de reciclagem, calcula a professora: “Estranhamos o fato de que não se interessaram pelos descartes e submetemos ao Massachussets Institute of Technology (MIT) um projeto para pesquisar por quê isso acontecia”.
A pesquisa constatou que essas empresas são muito especializadas: uma recicla apenas plásticos, outra, metais ferrosos, outra, metais não-ferrosos, outra, vidros. Por isso, o lixo só interessa depois de separado.
O CCE fez, então, um convênio com a Itautec, que tem um centro de logística reversa, para adquirir tecnologia de separar os equipamentos. O CCE investiu R$ 630 mil na implantação do Centro de Descarte e Reúso de Resíduos de Informática (Cedir), cuja finalidade é receber, separar e encaminhar a empresas de reciclagem as máquinas descartadas pela USP. O Cedir tem como meta processar até 500 computadores por mês (cada um pesa dez quilos, em média) mas dispõe de capacidade para chegar a mil.
O foco era receber os descartes da USP, mas a notícia da inauguração, em dezembro, gerou uma demanda enorme por parte de pessoas que querem dar um fim ambientalmente seguro a seus equipamentos. Diariamente, chegam de 20 a 40 e-mails de pessoas querendo doar máquinas. Portanto, a partir de abril, o centro passou a receber doações do público.
A premissa básica do Cedir é garantir um fim sustentável para o lixo eletrônico, fazendo-o voltar à cadeia produtiva por meio da reciclagem dos componentes reaproveitáveis, ou os entregando a empresas que realizem um descarte final ambientalmente correto.
Em um galpão de cerca de 400 metros quadrados localizado no campus da Cidade Universitária, em São Paulo, o CEDIR recebe CPUs, monitores, teclados, mouses, estabilizadores, no-breaks, impressoras, telefones, celulares, fios e cabos, CDs, DVDs e pequenos objetos como câmeras fotográficas, pilhas, baterias e cartuchos descartados pela comunidade uspiana e também de pessoas físicas. Mas nem pense em levar a sua geladeira velha: eles não recebem eletrodomésticos.
Os equipamentos que ainda têm condições de serem reaproveitados passam por uma reforma e são encaminhados para projetos sociais cadastrados sob a forma de empréstimo, ou seja, serão devolvidos ao CEDIR no fim de sua vida útil.
Os equipamentos que não podem ser reaproveitados são desmontados, e as peças ou são separadas e encaminhadas para recicladores ou são utilizadas como reposição para outras máquinas.
Desde a sua inauguração, mais de 600 equipamentos, entre computadores e impressoras, já foram cedidos tanto para unidades da USP como também para entidades sociais cadastradas.
Fonte: CCE - USP